26 de novembro de 2014

OUVINDO E SENTINDO AS HISTÓRIAS

                
             No mês de outubro, estive juntamente com os cartunistas Mário Mastrotti, Sergio Morettini e Luigi Rocco, trabalhando no XXXII Congresso Brasileiro de Psiquiatria, realizado este ano em Brasília. 
             Nossa ação foi no stand da Libbs, laboratório farmacêutico, consistiu em retratar em três cenas, três quadros, momentos significativos das pessoas que estivessem presentes no stand da empresa, visitando, na sua grande maioria, psiquiatras: profissionais, estudantes e residentes. As pessoas sentavam nas mesas onde cada um de nós estava posicionado e rapidamente contava coisas relevantes da sua história, fatos importantes e nós, dentro de um limite de tempo, reproduzíamos nesses três quadros.
             Para nós, Mário, Morettini, Luiggi e eu, acostumados até então, a ação de fazer caricaturas ao vivo em eventos e festas, essa ação foi algo completamente novo, inusitado, proporcionando outro estímulo e a criação de uma nova técnica para trabalhar com desenho ao vivo, claro que o fato de todos trabalharem com histórias em quadrinhos, cartuns e tirinhas, ajudou muito e foi a principal base para a ação. Neste caso, em pouquíssimos minutos, tínhamos que ouvir a história que e pessoa contava, formular as cenas a serem desenhadas e fechar a história.
            Em Brasília, foram quatro dias de trabalho, de quase dez horas diárias, e posteriormente em novembro, repetimos a ação em um congresso de cardiologia em Curitiba, para o mesmo contratante. Para mim, especificamente falando, tratou-se de uma experiência nova, emocionante, pois foi muita gente que passou pela minha mesa, muitas histórias, e algumas, acredito que uma boa maioria, histórias muito fortes, de superação, de crença num ideal, de amor à profissão. Houve momentos em que só pelo fato da pessoa sentar-se e começar à pensar no que iria me contar já trazia emoção a ela e posteriormente a mim. No final do trabalho do primeiro dia, principalmente, além de exausto, eu estava de espírito completamente suspenso em algo difícil de compreender, um êxtase, uma sensação de transcendência a algo maior que eu, pois havia sido muita história ouvida, muita emoção recebida das pessoas, compartilhada. Uma experiência fabulosa para um criador, um artista, acostumado a só contar histórias para os outros, afinal, essa é a função de nós, criadores de quadrinhos, escritores, pintores, cineastas, levar nossa emoção aos outros. Receber emoção, receber histórias fortes que te envolvem, acaba nos transformando, nos tornando simples e calados ouvintes, nos fazendo entender como a vida é maior, como ela é uma grande aventura e principalmente, entendendo que todos fazemos parte dela. Isso sem dúvida foi marcante, acredito que para todos os outros que estiveram comigo.
              Um eterno aprendizado que cada vez mais torna a experiência humana e artística, uma coisa só. Fascinante.

21 de setembro de 2014

UM DESENHISTA BEM SACANA ESSE TAL DE J. IGLESIAS

            Mais um velho desenho encontrado em uma das velhas pastas de originais. Esse, é de meados dos ano 2.000, num período em que produzi uma série para uma revista masculina de uma editora chamada Xanadu, subdivisão da Editora Escala, a publicação se chamava Sexo e Êxtase, um nome e tanto, não? Lá eu, em parceria com o Omar, na arte-final, produzimos uma série que durou 27 edições com duas enfermeiras, Debi e Mônica, quadrinhos eróticos o qual , foi muito divertido fazer e acredito que isso foi transmitido para os leitores, visto que a série durou um bom tempo. Numa futura postagem, comentarei com maiores detalhes sobre essas hq's.
         Nesse mesmo período que produzi essa série, paralelamente fazia uma outra, também de quadrinhos eróticos, para uma outra editora e com bastante sucesso, que é a famosa loira Tianinha. Como as duas publicações meio que concorriam entre si, então, havia uma piada entre nós, eu e o Omar, que estávamos concorrendo com nós mesmos. Achamos melhor criar pseudônimos para serem usados na série das enfermeiras e consequentemente não gerar conflitos entre as duas casas que estávamos trabalhando, embora hoje em dia, acredito que mesmo que usássemos nossos nomes, não teria tido problema algum, pois o relacionamento meu com as duas editoras era bem tranquilo. O Omar usava Iniciatus Silva e eu, J. Iglesias (um pseudônimo com história: seria um suposto irmão do cantor romântico Júlio Iglesias, que era fissurado em desenhar sacanagem, mulheres sensuais e que teria sido ignorado pelo irmão famoso por essa mania, pois poderia macular sua imagem. Pura sandice.).
         Para essa revista Sexo e Êxtase, fora criada, além da série, uma pin-up que apresentava a publicação e respondia uma sessão de cartas, também com desenhos assinados pelo J. Iglesias. Hoje, despois destes anos todos passados, obviamente não me recordo o nome desta pin-up, mas vai uma amostra dela com arte do "saudoso" J. Iglesias.


27 de agosto de 2014

RABISCOS E ANOTAÇÕES

            Vez ou outra, costumo mexer em antigas pastas de originais para buscar algum determinado desenho para essa ou aquela exposição ou algo do gênero, e nesses dias atrás, numa destas procuras arqueológicas, encontrei esse layout feito para um trabalho para empresa ECOLAB. Várias ilustrações que iriam auxiliar uma palestra sobre questões de higienização de ambientes, e no caso específico deste desenho, trata-se de uma cozinha de um restaurante.
            O motivo de eu trazer esse layout para vocês, é mostrar um processo da caminhada entre a primeira ideia, feito num desenho quase que definitivo para que o cliente possa ter uma perfeita noção do resultado final e os ajustes. Notem nas laterais da imagem e em cima e abaixo, anotações feitas durante uma reunião de avaliação do layout, assim como rabiscos e anotações feitos no próprio desenho.
           Vale mais como curiosidade, principalmente para rapaziada que está iniciando nos desenhos e na área de ilustração.

15 de agosto de 2014

EU, O MONSTRO !

            O Marcos Freitas, gaúcho de Porto de Alegre, cara arretado! é um velho conhecido dos idos tempos dos fanzines, daquela época em que existia uma profusão de publicações independentes, a grande maioria impressa na base do xerox e enviada via correio. Como disse, idos tempos dos fanzines, em que nem se pensava no advento do e-mail. Marcos naquela época publicava o fanzine Quadritos, que sempre achei uma das melhores publicações que circulava pelo meio alternativo, principalmente pela qualidade dos colaboradores e pelo carinho, zelo e cuidado com que produzia as edições. Enfim,  o tempo passou e Marcos, por sorte de todos que conhecem seu trabalho ou passaram a conhecer, se manteve fiel a seu ideal de editor e há algum tempo atrás voltou a publicar seu Quadritos, só que desta vez impresso, bonitinho, off-set, com mais páginas, capa em couché, tudo caprichado e contando com um time de colaboradores da época das edições xerocadas, um time seleto, Edgar Franco, Gazy Andraus, Flávio Calazans, Elmano, Emir Ribeiro, entre muitos outros e eu tenho a honra de fazer parte desse grupo seleto.
         
 Nessa retomada, Marcos mais alicerçado, mais profissional, volta como editora independente, a Atomic Quadrinhos e vem mostrando competência, qualidade e fôlego, pois além de continuar à publicar a Quadritos, vem trazendo outras publicações, como obras inéditas dos mestres Mozart Couto e Emir Ribeiro e uma nova série em especial, o qual denominou Monstros dos Fanzines, trazendo coletâneas de artistas que foram ligados ao universo independente. Ele abriu essa série de publicações com o saudoso Joacy Jamis, numa bela homenagem a esse grande artista que nos deixou muito cedo, seguindo de Flávio Calazans e agora, a terceira edição... eu.
          Nesse àlbum de quase duzentas páginas estão reunidas hq's produzidas entre final dos anos 80 até hoje em dia. A seleção foi feita por mim, com um critério que proporcionasse aos leitores um bom apanhado de vários momentos de minha carreira dentro dos quadrinhos, que, chega até mais que esse período escolhido, mas irrevelante para constar numa coletânea. Vale comentar aqui para vocês sobre algumas hq's que estão nessa edição...
          A morte como ela é, parceria minha com o Marcos Pereira no roteiro (o Marcos posteriormente virou Dark Marcos) e arte-final do Omar. Essa hq foi produzida em meados dos anos 90, para um projeto em traria de volta a personagem Naiara, a filha de Drácula, criação de Nico Rosso e Helena Fonseca, o projeto para novas aventuras da personagem acabou não decolando e nem essa hq foi publicada. Outra hq inédita é Zé do Caixão e a Cobra Maléfica, roteiro do próprio José Mojica Marins, o Zé do Caixão. Essa hq, também de meados dos anos 90 é da fase em que fiz várias hq's curtas do personagem, além do àlbum À meia-noite levarei a sua alma, baseado no filme homônimo. Essa hq é a única que
ficou inédita e traz uma personagem criada pelo Mojica na ocasião, uma espécie de arqui-inimiga do Zé do Caixão. O ódio, os dólares e a vingança, minha única experiência até hoje em escrever e desenhar uma hq de faroeste e que mesmo passado muitos anos, ela é de início dos anos 90, traço completamente diferente do que hoje faço, ainda gosto bastante deste trabalho. Nele há uma característica que posteriormente ficou como uma marca em meus trabalhos, principalmente quando escritos por mim, que são as personagens femininas como protagonistas.  
             Há ainda hq's da Tianinha, três histórias d'um período de sua longa série, bem interessante, uma oputra série erótica que desenvolvi para outra editora, mas que teve vida curta, embora eu gostasse muito pela proposta de focar mais no humor do que propriamente o erotismo, 2+Uns; algumas tirinhas do Banda Mamão, algumas ilustrações, e muitos outros quadrinhos. Uma grande alegria ver essa edição e uma grande honra pelo Marcos ter escolhido o meu trabalho para compôr essa sua coleção.
              Vale dizer ainda sobre uma extensa entrevista que o Marcos fez comigo e, que abre a edição, deixando o leitor muito bem a par de minha trajetória no universo dos quadrinhos até hoje e fecha com um texto inspiradíssimo do querido mestre e amigo Júlio Shimamoto, uma grande satisfação tê-lo neste àlbum.
              Uma reunião de mais de vinte anos de amor aos desenhos, aos quadrinhos, a arte de desenhar, numa edição feita com muito capricho e carinho pelo Marcos Freitas e pela Atomic Quadrinhos.
             E claro, para quem é fã dos meus trabalhos e quiser adquirir essa coletânea é entrar em contato com a editora neste endereço.

23 de julho de 2014

YESHUAH NO HQ ALÉM DOS BALÕES

            Entrou no ar esta semana, uma nova edição do programa HQ Além dos Balões, criado e apresentado pelo Fábio Sales. O programa foi um dos primeiros programas via web, acredito,  focado na produção de hq's, principalmente as nacionais e volta agora, depois de um longo tempo ausente. O Fábio já me entrevistou várias vezes e, desde a primeira, me cativou pela forma simpática e inteligente com que conduz suas entrevistas e principalmente por conhecer o entrevistado e consequentemente o material que produz. Curiosamente, quando entrevistado na ocasião do lançamento da primeira parte da trilogia Yeshuah, "Assim em cima assim embaixo" em fevereiro de 2010, no dia seguinte, meu filho Gabriel chegou ao mundo. Então, para mim, seria importante fechar o ciclo desta série também, conversando com o Fábio sobre este último livro recém-lançado, "Onde tudo está".
            O programa HQ Além dos Balões será vinculado à partir deste pela Visual Art TV do Roberval Sales.

17 de julho de 2014

TALKING ABOUT YESHUAH IN TALK SHOW

            No último dia 9 de junho, estive no programa Talk Show do canal de web Flix TV, apresentado pela Celia Coev, batendo um papo sobre o lançamento de Yeshuah - Onde tudo está. Quem não pode assistir na ocasião, pode conferir por aqui.

11 de julho de 2014

HANGOUT YESHUAH

  Ontem, 10/07/2014, eu e o Omar Viñole, fizemos um hangout através doGoogle+, onde conversamos, num bate-papo descontraído, sobre o trabalho de criação dos três álbuns Yeshuah, processo criativo, influências, pesquisas e mais uma série de outras questões. A conversa contou também com a participação de alguns amigos, mandando suas perguntas.
     Então, quem não pôde ver ao vivo, está aqui na íntegra, para vocês.

4 de julho de 2014

FALANDO SOBRE YESHUAH NA RÁDIO DA TERRA

            No dia 1º de julho, participei da Rádio da Terra, dando uma entrevista ao professor Celso Zymon. Foi um bate-papo muito agradável, onde pude falar bastante à respeito da trilogia de álbuns Yeshuah
            A Rádio da Terra é uma web rádio criada pelo Celso Zymon para abordar assuntos ligados a saúde natural, espiritualidade, arte e evolução humana. Um belo trabalho de comunicação.
            Quem quiser ouvir a rádio que está online 24h. é só acessar este endereço.
          

22 de junho de 2014

MUITO ALÉM DO PASTEL DE BELÉM

            No mês de maio, conforme comentei com vocês na postagem anterior, empreendi uma viagem a Europa, juntamente com o velho amigo André Diniz, ambos convidados pela organização do Festival Internacional de BD da cidade de Beja, Portugal. No embalo de nossa ida à terra lusitana, demos uma passada muito rápida, porém muito proveitosa em Roma e Paris. A viagem, além do passeio turístico, trouxe entendimentos e descobertas, tanto para vida pessoal, quanto profissional e artística, isso não é conversa filosófica num botequim ou mesmo em um café francês. A constatação que o mundo é muito grande, porém muito pequeno, foi algo muito forte e talvez pôde ser melhor percebida pela visão madura (eu acho) de uma pessoa de cinquenta anos. É claro que, em uma viagem feita por dois criadores de Histórias em Quadrinhos, a conversa por mais que se estendesse à outros campos, sempre resvalava no nosso universo de paixão e ofício.
            Entrando nas livrarias especializadas de quadrinhos na França, onde a quantidade de publicação é uma coisa tão absurda que a gente acaba nem querendo comprar nada, pois a experiência de percepção disso, para um desenhador, é algo muito mais profunda e concreta do que tão somente comprar meia dúzia de álbuns, ou vendo em Roma, alguns autores de fumetti expostos em livrarias junto com autores de literatura e com o mesmo peso e relevância para leitores, pude voltar meus olhos para o Brasil e principalmente para meu trabalho, que sempre teve essa preocupação de ter características próprias, não só pelo traço, mas pelo tempero, pelo cheiro, uma marca genuinamente brasileira, porém, ao mesmo tempo, do mundo. Há vivências, entendimentos, marcas, fontes, referências, nos quadrinhos
europeus que os distinguem e isso é perceptível, andando nas cidades, vendo as ruas e suas arquiteturas, cores, pessoas, no clima, então isso é deles, da mesma forma que há tudo isso em nosso país, que pode ser do resto do mundo e, não digo isso me referindo aos clichês turísticos brasileiros, samba, praia, futebol, bunda (ah!) e Amazônia. Há muito mais e não precisa ser alegórico. Precisa ser sincero. Esse foi o entendimento profundo e é essa a busca.
            Mas por fim, nossa passagem, minha e do Diniz, por Beja, foi algo muito bonito e o festival de BD, ótimo. A cidade é de uma beleza emocionante e mais ainda, as pessoas. O festival foi de uma simplicidade e grandiosidade ímpar, que tocou não só a mim, ao André, mas também outros grandes desenhadores brasileiros que estiveram presentes, José Aguiar, Laerte e Klévisson Viana e, acredito a outros convidados de outros países, como David Loyd e Caterina e Antônio Crepax, filhos do grande Guido Crepax e pessoas muito queridas. Em Beja, além de lançar "Yeshuah - onde tudo está", tive uma exposição em conjunto com Diniz, mostrando alguns de nossos trabalhos, inclusive "Olimpo tropical" que estou desenhando em cima d'um roteiro dele e que será lançado em Portugal, além de amostras individuais nossas. O carinho com que a curadoria do evento criou tudo, foi algo perceptível e de resultado excelente, sem eleger esse ou aquele como "maiores", todos éramos iguais. Não é à toa, claro, que esse festival foi para sua décima exposição e com certeza seguirá muitos anos pela frente.
            Curioso foi um comentário, feito pelo Diniz, em nossa passagem por Roma e mais especificamente visitando o Vaticano, na Basílica de São Pedro, eu lá estupefato pela grandiosidade e beleza artística e humana de tudo (esqueçam a questão igreja católica, ok?) e meu amigo trouxe o feliz e emocionado comentário: "Olha aí, você veio coroar o lançamento do Yeshuah aqui!". Perfeito. Mas ainda vale um adendo, a conclusão de tudo isso, inclusive a emoção do lançamento do meu novo livro, veio na hora de nos despedirmos de Beja e mais especificamente falando da figura de Paulo Monteiro, roteirista, desenhista, e responsável pelo evento. A emoção final de uma despedida de um amigo tão recente e que curiosamente parece ser tão antigo, tão querido, tão sincero, tão amado, foi muito forte. Alguém onde você tem a experiência (esse é o termo) de ter uma amizade sincera, livre de qualquer coisa, qualquer vício humano. Os vários abraços de despedida enquanto entrávamos no carro que nos conduziria até Lisboa e a emoção, canalizada através de quase lágrimas, foi algo muito forte e aí sim, coroou a mim e com certeza ao Diniz, toda essa viagem. Um amigo distante, lá nas terras de Camões, tão longe e aqui tão perto. Coroando toda essa experiência de 17 dias de viagem, com o ato de amor e carinho.
           Nessas, vale lembrar algumas brincadeiras que amigos fizeram comigo antes de embarcar, "Vai a Portugal? Come um pastel de Belém!", mas claro, Portugal é muito mais que só pastel de Belém, gastronomicamente falando é um paraíso, principalmente no que se refere à doces, muito além do "pastel de Belém". A balança e os quilinhos a mais que o digam.
           E muito mais que tudo isso, é o carinho sentido, vivenciado, presente em cada pequeno gesto, pequeno sorriso, em conversas bobas, no amor pela vida e em nosso caso específico, em nossa  arte de criar. Arte de criar emoção e vida.

          

20 de maio de 2014

À CAMINHO DE BEJA

            Esse final do mês de agosto e início de junho, estarei participando do X Festival Internacional de BD de Beja- Portugal, que acontece de 31 de maio à 14 de junho. Farei parte de um grupo de autores brasileiros de primeiríssima qualidade, que assim como eu, terão exposição de seus trabalhos e sessão de autógrafos. Laerte, Klevisson Viana, Sama, José Aguiar e o querido amigo e parceiro de alguns trabalhos, André Diniz, são os nomes da comitiva brasileira.Eu e o André, por sinal teremos uma exposição com nossos trabalhos feitos ao longo dos anos, além do inédito Olimpo tropical que venho desenhando para lançamento em Portugal pela Polvo Edições e aqui no Brasil em 2014, além de uma individual de cada um.
            No dia 31, participo às 16h de uma mesa redonda com José Aguiar, André Diniz e Klevisson e às 18:30h, faço uma sessão de autógrafos de Yeshuah-onde tudo está.
            Serão duas semanas agitadas, passo antes por Roma e Paris e depois Portugal. Por fim, é fundamental deixar meus agradecimentos ao querido Paulo Monteiro, talentosíssimo roteirista, desenhista e coordenador da Bedeteca de Beja que proporcionou a ida de todos nós para esse que, sem dúvida será mais um grande prazer participar.
                    
Nestes dois endereços, passo link das programações do Festival de Beja

13 de maio de 2014

YESHUAH NO PROGRAMA HQ & CIA. E NA GIBITECA DE SANTOS

            Salve, amigos. Em ritmo febril pelo lançamento de Yeshuah - onde tudo está, último álbum que fecha a trilogia lançada em 2009, contando a história de Jesus dentro de minha perspectiva, dentro da minha visão. Já comentei muito aqui no blog sobre este filho mui querido, então, com certeza isso dispensa maiores apresentações. Portanto, como disse,  estou no ritmo de celebração e divulgação deste lançamento.
            Na semana passada, no dia 9/05, estive no programa HQ & Cia., apresentado pelo jornalista Cesar Freitas, batendo um papo sobre o trabalho da trilogia em si. Quem não conseguiu ver, confira aqui.



            E no próximo sábado, dia 17, estarei em Santos, na Gibiteca, fazendo uma sessão de autógrafos do último Yeshuah, além de bater um papo com a rapaziada que por lá aparecer falando deste trabalho. Será uma tarde bem legal.
            A Gibiteca fica no Posto 5, na avenida da praia, bem em frente à rua Oswaldo Cruz.
Quem puder, apareça!


8 de maio de 2014

LANÇAMENTO DO ÚLTIMO CAPÍTULO DE YESHUAH

          No próximo sábado,dia 10, lanço meu novo trabalho e também finalizo a trilogia Yeshuah, iniciada em 2009 e que totaliza uma história de 13 anos de criação para este quadrinho que somando os seus três volumes chegam a quase 500 páginas escritas e desenhadas.
    Então, quem puder, apareça para antes de tudo comemorarmos este final de um ciclo. Espero vocês lá!


23 de abril de 2014

DE VOLTA A CAMPINAS

             Em fevereiro estive em Campinas participando de um evento de quadrinhos promovido pela Biblioteca Municipal. Evento agradabilíssimo, que teve uma presença muito grande de público, o que repercutiu inclusive em boas vendas de livros. Agora, graças ao convite do Robson Reiz, desenhista  e entusiasta dos quadrinhos, que tive a oportunidade de conhecer durante esse primeiro evento, volto a Campinas para mais um encontro de quadrinhos, que promete também ser um sucesso.
             O evento contará coma presença de vários autores e editores, muitos da própria cidade, como o talentosíssimo Mário Cau, que vem despontando a passos muito largos no cenário das hq's nacionais, graças a obras imprescindíveis como "Terapia" e a sua bela adaptação de "Dom Casmurro" de Machado de Assis.

             No dia estarei vendendo alguns trabalhos meus como  os dois primeiros volumes de Yeshuah, a adaptação de "Auto da barca do inferno", "O mistério da mula sem cabeça", além de edições da revista "Café Espacial" com trabalhos meus e "Coisas que um coelho pode te dizer" do Omar Viñole com seu estimado Coelho Nero.
            Com este evento no próximo dia 27 de abril, abre uma série de outros eventos que irei participar ao longo de maio, junho, julho e agosto, todos relacionados ao lançamento do último livro da trilogia Yeshuah, e claro, vou divulgando por aqui em doses homeopáticas, caríssimos.

16 de abril de 2014

DA IDEIA PARA FINALIZAÇÃO I


            Há algum tempo atrás, o desenhista e editor Mário Latino, me pediu uma arte para capa da edição 86 de seu jornal de tiras Graphiq, um trabalho de fôlego seu que, mensalmente reúne um time de cartunistas de primeira linha que publicam tiras e seus personagens, além de colaboradores, estudiosos e pesquisadores que escrevem sobre o universo dos quadrinhos. Um trabalho de grande qualidade, de grande relevância e de muito carinho, inclusive porque a distribuição do jornal é gratuita.
         Para compôr a idéia da arte para essa capa, num primeiro momento descartei a ideia de trabalhar com algo de humor, engraçado, pois não é a minha praia, por mais que faça minhas tiras do Banda Mamão publicadas no site do meu
estúdio , mas isso é uma outra história, enfim. Quem trabalha com criação sabe que muitas vezes, algumas coisas são pensadas, equacionadas, e, se não obtém ótimos resultados, pelos menos são satisfatórios, e há aquelas ideias que simplesmente vem e dispensam maiores explicações, maiores entendimentos dentro do plano racional. Aí, na minha opinião, pelo menos, se trabalha com a criação instintiva do artista e a interpretação instintiva do leitor, neste caso. E foi por aí, que cometi a arte da capa da Graphiq 86, juntando alguns elementos lúdicos e de memória afetiva do leitor, mas levemente contaminada, que é uma Alice (do país das maravilhas, com um vestidinho que inclusive remete à animação da Disney) um pouco mais, crescidinha, digamos assim, num encontro mágico em misterioso, e claro, o resto da interpretação, se é que se precisa, fica para os leitores. Optei também em fazer a mão o título do jornal, junto com a ilustração, para ficar algo mais rústico, meio antigo, digamos assim, dispensando o uso de fonte do computador sobreposta à arte.
           No canto superior à direita, está o primeiro estudo que fiz, com a primeira intenção da imagem, rabisco rápido mesmo para guardar a idéia e abaixo, a versão em preto e branco, onde usei pincel, canetinhas nanquim descartáveis e bico de pena e posteriormente a versão colorida, numa levada mais monocromática. Enfim, o processo foi esse. Boa apreciada.


11 de abril de 2014

ESTUDOS PARA CAPA DO "AUTO DA BARCA DO INFERNO"

          Hoje trago para vocês, o processo de criação da capa do álbum Auto da barca do inferno, adaptação para os quadrinhos do clássico texto teatral do autor português Gil Vicente que fiz e foi publicada pela Editora Peirópolis em 2011. A ideia pensada foi mostrar o anfitrião da história, o diabo, como que recebendo o leitor, convidando-o para entrar na barca do inferno, algo que ocorre durante todo o texto teatral e consequentemente na hq, portanto, a capa do álbum já ambientaria o leitor no clima que encontraria no quadrinho.
          Duas primeiras versões foram feitas, antes de chegar à definitiva.
          Para quem quiser saber mais sobre o processo de criação deste trabalho, é só conferir aqui mesmo no blog.
Primeiros dois estudos para capa

Terceiro e último estudo e a versão final da capa impressa



3 de abril de 2014

O MASCARADO MEIA-NOITE VOLTA EM VERSÃO DIGITAL

           Nesta semana entrou no ar a versão para aplicativo da minissérie “Depois da meia-noite”, para iPAD. Este projeto veio acontecer graças a uma parceria minha e do Omar, através do nosso Estúdio Banda Desenhada e da empresa Caos Developers do Vitor Amaral e Alex Cardoso, num momento propício, onde tanto eu como o Omar estava  cogitando  transformar nossos trabalhos em quadrinhos para o digital, aplicativos e e-books. A parceria com os meninos da Caos  aconteceu numa sintonia perfeita e principalmente com objetivos comuns.
         
  A versão para aplicativo do “Depois da meia-noite” ficou no mínimo, excelente. Em cada edição, o leitor terá vários recursos como animação de algumas páginas, áudio com ambientação da história (onde poderá habilitar ou desabilitar), visualizar as edições e banners informativos. A versão é 1.0 e a compatibilidade para o aplicativo requer iOS 7. E para muito breve, será lançada a versão em inglês. A minissérie é recomendada para maiores de 17 anos.
           Abaixo, amigo, neste preview, você terá uma noção do que espera na versão digital do “Depois da meia-noite”.
           Para os que não se recordam deste trabalho, ou não conhecem, ele teve roteiro e desenhos meus e arte-final do Omar, foi lançado em 2007 em três edições publicadas de forma independente pelo nosso selo Quadro Imaginário. A HQ mostra a caça de dois policiais a um serial killer conhecido como Meia-noite. A história é contada através de alguns personagens que são interligados, como uma policial viciada em heroína, um padre em crise religiosa, um policial aposentado sem uma perna, e um misterioso suspeito de ser o próprio assassino. A minissérie ganhou HQ Mix em 2008 de Melhor Publicação Independente Especial, além de ter sido muito bem recebida pela crítica especializada e pelo público.
           Enfim, com este lançamento, o Estúdio Banda Desenhada, ou melhor dizendo, Laudo Ferreira e Omar Viñole, estreiam uma parceria que com certeza vai gerar muitos frutos legais para essa geração dos quadrinhos digitais e o próximo já está sendo preparado para e-book que é a revista do personagem Coelho Nero do Omar, “Coisas que um coelho pode te dizer” e que breve será lançada. É aguardar.
           Para visualizar e adquirir as edições (a primeira é gratuita) é só clicar aqui.
            




31 de março de 2014

O SUPER-HERÓI VENDENDO PRODUTOS

            Salve, queridos amigos. Como estão?
            Depois de um enorme, enorme tempo de abandono deste blog, faço um mea culpa, pelo desleixo com ele e consequentemente com vocês, leitores e pessoas que curtem meu trabalho. Prometo que esse destrato não volta a acontecer. Ok, já fiz isso anteriormente, mas prometo não perder o foco e pelo menos, atualizar o Banda Mamão uma vez por semana, no mínimo, combinado?
             E nesta postagem de "retorno", vou trazer algo para vocês muito comum para quem desenha e trabalha com publicidade e também produz Histórias em Quadrinhos.

            Sempre achei curioso algumas agências de publicidade ou de eventos, quando contratam algum desenhista que trabalha com Histórias em Quadrinhos e solicita a criação de uma hq ou um personagem para determinada campanha, vez ou outra enveredam na onda do super-herói, é como se criar quadrinhos fosse sinônimo de  criar “heróis”.
          Em alguns casos, durante reuniões nas empresas contratantes, consegui reverter a situação e fazer com que o cliente entendesse que a História em Quadrinhos é simplesmente o meio com que será levada a campanha, a proposta da empresa, podendo ser qualquer outra mídia, qualquer outra forma de expressão artística: cinema, teatro, música, o que mais for possível e, que no caso de uma hq não carece necessariamente de elos com o universo americanizado do herói. Porém, em muitos casos, o cliente é irredutível e julga que aquela ideia é... genial.
           Essas duas ilustrações foram propostas que apresentei a um cliente para uma super-heroína que representaria uma determinada marca. A ideia seria justamente uma super-heroína clássica nos moldes dos comics americanos. Muitos esboços foram feitos e o melhor, usando uma garota como modelo e que iria ser usada também para encarnar a personagem em carne e osso. É claro, que não fiquei com nenhuma imagem da versão real da heroína e, por fim, depois de muitos estudos, o cliente optou por outra ideia desenvolvida, esquecendo o universo super. Graças!




6 de fevereiro de 2014

TIRINHAS DO MAMÃO E DO COELHO CHEGANDO NO SITE DO BANDA

            Esse ano de 2014, uma das intenções que aos poucos irei colocar em prática é acentuar a relação dos meus quadrinhos com o universo digital, além deste velho e querido blog, aos poucos irei comentando e divulgando essas novidades por aqui.
            A primeira novidade é a estréia da secção de tirinhas no meu site com o Omar, o Estúdio Banda Desenhada. Toda a semana, iremos postar, de segunda a quinta-feira, tiras inéditas e também já publicadas em outros meios, do Coelho Nero, criação do Omar e Banda Mamão, tiras que produzi durante três anos para um blog próprio (atualmente fora do ar). Nesse novo momento  para esta secção do site, além de publicar esse material antigo, irei produzir uma batelada de tiras inéditas, dentro de uma nova concepção para essa série. É aguardar.

           Portanto, amigos, à partir de segunda é só clicar no site do estúdio e acompanhar nossas tirinhas. Até lá.

22 de janeiro de 2014

POSE PARA VIRAR O MARCATTI

            Sempre é interessante mostrar para as pessoas que gostam e acompanham o trabalho da gente, alguns processos de criação de ilustrações ou histórias em quadrinhos, pois em alguns casos, o caminho para criar e finalizar um arte tomam rumos interessantes e curiosos.
            Trago para vocês então,  a arte que fiz em 2012 para o evento Dossiê HQ, promovido pela loja de quadrinhos Gibiteria. Já comentei inúmeras vezes aqui sobre esse evento, onde sempre um artista é entrevistado por um outro artista, jornalista ou estudioso de hq's, falando sobre sua carreira, processos de trabalho, etc. No caso aqui, a arte seria para um bate papo entre o cartunista Marcatti, um dos grandes nomes do quadrinho nacional e o jornalista e estudioso de quadrinhos, Paulo Ramos.
           Marcatti, figura conhecidíssima no cenário nacional das hq's pela sua linha de histórias sempre pontuadas pela escatologia, mostrando sempre o lado podre do ser humano, com altas doses de humor e sarcasmo e com a marca de se auto-editar, fazendo sempre suas edições em sua impressora própria dentro de sua casa. Trabalhos de primeira qualidade, um exemplo do "quem quer faz", além de grande figura, grande ser humano, grande mestre. Enfim, para fazer a arte do cartaz deste grande encontro, achei num primeiro momento que seria interessante focar na figura do próprio Marcatti numa postura, digamos, bem punk, bem underground, com um olhar desafiador para o leitor e numa atitude própria dos seus quadrinhos, dando uma solene cuspida, daquelas bem nojentas, provocativas e certeiras.
            Para ter essa expressão desejada, pensei num primeiro momento contactar com o próprio Marcatti e pedir que posasse para mim ou mesmo que me enviasse uma foto dentro desta intenção. Num rápido segundo momento achei que seria mais interessante surpreendê-lo com a arte pronta, daí optei em usar a mim mesmo como modelo e, posteriormente na hora de fazer o desenho,  adequar meu rosto para o do Marcatti. Arte, pronta, preparei o background do cartaz, ainda dentro da ideia provocativa, escarrada e, então veio aquela coisa que deve ser comum em todos que estão num processo de criação, às vezes intenso: o incômodo com aquilo que acabou de ser feito. Apesar de ter gostado do traço, da finalização e achar que enfim, estava razoavelmente parecido com o Marcatti, algo nessa arte estava me incomodando e muito ao ponto de me fazer olhar umas dez vezes ou mais para a imagem numa tentativa de aceitação ou repúdio. E por fim, fui definitivamente para a segunda opção descartando essa primeira arte.
A segunda ideia foi trabalhar dentro de um traço mais simples de cartum, com doses caricaturais mais fortes e com uma imagem propondo uma situação e uma piada, digamos assim. No jornalista Paulo Ramos, uma das coisas que chama a atenção quando o conhecemos pessoalmente pela primeira é sua altíssima estatura e outro fato é o de sempre vestir roupas escuras, geralmente pretas. A ideia esta pronta, colocar Marcatti numa situação meio que apresentando o seu entrevistador e estupefacto pelo tamanho do mesmo onde o leitor apenas vê um pedaço de seu corpo, devido a seu tamanho. Idéia aprovada, arte feita e também aprovada e de agrado para todos. Afinal, a responsabilidade com o entrevistado e entrevistador era grande em todos os sentidos.

E para quem quiser conhecer o site do Marcatti é visitando aqui , a página do jornalista Paulo Ramos, aqui e neste endereço o site da Gibiteria.

                 

6 de janeiro de 2014

CAFÉS QUE INSPIRAM

            Salve, queridos amigos. Começando mais um ano cheio de ânimos, esperanças, inspirações e vontades e, como disse, na postagem anterior, a última de 2013, vamos adiante, sempre. Então, como primeira postagem de 2014, trago a vocês uma ilustração feita para o pessoal da Associação Café Espacial, que, entre outras coisas edita a ótima revista Café Espacial, o qual já comentei inúmeras vezes aqui, pela minha constante participação e laços afetivos com todos, em especial ao Serginho Chaves, criador de todo esse bonito trabalho. Esta ilustração fez parte da exposição Prove um gole de Café Espacial, que ocorreu em 2012 em Marília, interior de São Paulo e em Portugal, que comemorou os cinco anos da revista. A ilustração aliás, foi batizada de Carmélia descansa.