22 de março de 2012

FALANDO SOBRE A BARCA DO INFERNO NOS QUADRINHOS

            Na próxima terça-feira, dia 27 de março, estarei na Casa das Rosas, aqui em São Paulo, participando  do Jornada Luso-Brasileira  de Literatura 2012, evento promovido pela própria Casa das Rosas em parceria com a Editora Peirópolis, editora essa responsável pela recente publicação de minha adaptação para os quadrinhos de “Auto da barca do Inferno” de Gil Vicente. Nada mais propício então do que falar sobre esse trabalho, aliás, quem quiser se inteirar um pouco do processo dessa adaptação, das primeiras idéias, estudos, desenvolvimento do visual dos personagens, até a finalização, ou seja, a produção da história em quadrinhos, pode conferir por aqui, ou melhor ainda, comparecendo na próxima terça para assistir e participar dessa tarde onde falaremos desse clássico universal da literatura, do teatro, de nossa língua irmã e claro, da hq.
          Te espero lá.




20 de março de 2012

MAS... DE VEZ EM QUANDO...

            Super-herói não é um gênero que me agrada tanto, confesso, li muito gibi desde molecão e até mesmo há algum tempo atrás. Hoje definitivamente não tenho mais paciência e muito menos acredito no conceito do super-herói. Isso é uma opinião pessoal, respeito profundamente quem se aventura pelo gênero criando seus supers. Mas, vez ou outra aparece algum convite de amigos queridos e faço algo, me divertindo, claro dentro de uma perspectiva plausível, pelo menos para mim.
            E um desses queridos amigos recentemente me solicitou uma versão de seu herói, Veredicto (tcham-tcham-tcham!!!!), Eduardo Manzano, grande pessoa, talentoso e generoso e aí eu não sei dizer não.



15 de março de 2012

BRASILEIROS DO BEM NAS CARICATURAS


                      Finalmente será lançado o livro “Brasil do Bem”, pela editora Virgo do cartunista Mário Mastrotti. Essa obra reúne um time de primeira de cartunistas e caricaturistas onde cada um criou três caricaturas de brasileiros ilustres, os caras que fazem um Brasil do bem, como diz o nome do livro.
          A coletânea traz nomes como Spacca, Fernandes, Humberto Pessoa, Bira Dantas, J. Bosco, Ricardo Soares, entre outros, além do próprio Mastrotti. Tive o prazer de ser convidado, e compareci com Milton Nascimento, Chico Xavier e Tom Jobim, meus ilustres brasileiros do bem.
        No próximo sábado, dia 17 de março acontece a sessão de autógrafos e lançamento do livro na Livraria HQ Mix (com endereço novo e mais bonita!) com a presença de vários caricaturistas que participaram, batendo papo e se divertindo com quem aparecer.
        Marque sua presença e vamos comemorar um Brasil de artistas do bem que desenharam gente do bem.


Lançamento do livro “Brasil do Bem”
Onde: Livraria HQMix – Rua Tinhorão, 124 – Higienópolis (em frente à FAAP)
Quando: 17/03/2012, a partir das 19:30 horas




6 de março de 2012

UMA HISTÓRIA CURTA SOBRE ALGUMA COISA COMUM


           Neste final do mês de março chega às livrarias e comics shop do país a segunda edição da revista argentina Fierro em sua versão brasileira (Editora Zarabatana, 160 páginas, R$ 59,00), trazendo artistas argentinos e brasileiros. A revista vem sendo publicada em seu país de origem desde início dos anos 80 e é considerada a principal publicação de quadrinhos da Argentina, trazendo grandes artistas como Maitena, Liniers, Horacio Altuna, Henrique Breccia, só para citar alguns nomes. E nessas idas e vindas, o Cláudio Martini, dono da editora Zarabatana me fez o honrado convite de participar da segunda edição. Grande satisfação, grande.
           A opção de qual história a se trabalhar veio depois de algum tempo cozinhando idéias, possibilidades e foi justamente do universo criado para uma série dentro de minhas tiras do Banda Mamão, “O senhor Kublica e as musas” que brotou uma possibilidade de contar uma hq rápida (seriam só três páginas) e de certa forma apresentar algo tão pessoal e ao mesmo tempo de todos que criam e vivem para transpirar idéias e talvez emoções.
           A série de tirinhas “O senhor Kublica e as musas” apresenta a figura de um artista, talvez um escritor, isso não deixei muito claro ainda, quem já viu, pode conferir, vivendo num universo real e ao mesmo tempo lúdico, onde suas questões pessoais, existenciais e artísticas o jogam de um lado para o outro o tempo todo. Kublica vive cercado por várias musas, suas fontes de inspiração, que como anjos da guarda vivem trazendo-o de volta dos umbrais por onde às vezes se joga para mostrar o quão possível às coisas podem ser se você realmente tiver a fé, crer no seu absoluto e divino potencial de criação. Essa é a tônica das tirinhas deste personagem.
           As figuras das musas sempre são apresentadas como garotas bonitas (mas normais, esqueçamos o universo nosso das siliconadas), vestindo sempre de uma maneira moderna e charmosa e o diferencial está no tom azulado de suas peles, algo gráfico mesmo, sem muito significado, digamos assim, mais para trazer a diferença dentro de uma história em quadrinhos. Na hq produzida para esta segunda edição da Fierro então, “A quem interessar possa” (roteiro e desenhos desse vosso escriba e cores do Omar), resolvi mexer um pouco mais nesse universo lúdico do criador e sua musa, trazendo um artista gráfico, um desenhista em crise profissional e artística, questionando-se até que ponto sua obra tem alguma validade, algum interesse para alguém, se vale a pena seguir adiante. Como disse, algo comum a todos que vivem para criar.
           Essa hq veio num momento pessoal onde este questionamento existia (e confesso que vez ou outra ainda está por aí), onde ao mesmo tempo a dúvida e o descrédito davam margem à presença de possibilidades, de crenças no que sempre fiz e faço, no meu ofício. O bem e o mal duelando dentro da cabeça. Vale – não vale a pena. Daí o artista ser eu e daí a musa também ser eu, dando o direito dela zombar algumas vezes dentro da história, do sentimento de auto-piedade e lástima do artista, tentando faze-lo perceber que o importante é prosseguir. Fazer.
           Numa primeira estância questionei-me se era válido expor algo que nem eu mesmo acreditava ser perene em mim, mas por outro lado tratava-se de momentos que às vezes vão e às vezes voltam e o trabalho proposto para essa revista carecia de minha intenção de sinceridade.
           Na verdade, a conclusão que chego constantemente, todos os dias e todos os momentos que sento na prancheta para produzir ou mesmo no micro para escrever uma história é que a cada momento eu aprendo, me descubro evoluindo, vejo que naquele dia aprendi a lição, e no dia seguinte, começa tudo de novo. Isso é muito sério e muito franco e é isso que me impulsiona a continuar e daí jogar um título nada sugestivo para esse trabalho para Fierro de “A quem interessar possa