26 de abril de 2010

YESHUAH II : IDÉIAS DE CAPA

            À partir dessa postagem, começo a trazer para vocês alguns detalhes do processo de criação da trilogia Yeshuah, algo que confesso, já deveria ter feito desde o lançamento da primeira parte. Como estamos, eu e o Omar, trabalhando já num ritmo acelerado da produção do segundo volume, vou então, comentar alguns detalhes desse novo álbum.
           E começando pelo princípio, ou pela frente, ou pela fachada, enfim, começando pela capa...


           "Assim em cima assim embaixo", a primeira parte, teve uma capa muito forte e que no geral, agradou à todos. Sem muitos detalhes, mostrava Maria numa visão de cima para baixo meio acuada, meio assustada, protegendo seu recém-nascido Jesus. Essa idéia de capa remete ha uma sequencia específica da hq logo após o parto. Para a concepção dessa segunda hq, não havia nada definido, a não ser, claro, que deveria apresentar Jesus de uma maneira forte. Havia também uma vaga idéia para o título, incialmente pensei em "O que está dentro e o que está fora", pois esse segundo volume mexe justamente com todo o universo interior do que pensa Yeshu (Jesus), o que quer transmitir para as pessoas e como reage o universo ao seu redor. As distâncias entre esses dois mundos: o que está fora e o que está dentro. Simples.

   Inicialmente pensei na figura de Jesus para capa dentro de um postura meditativa que remetesse ha uma sequencia do início desse segundo volume. A postura deveria estar distante da versão católica, óbvio, e como foi a linha do primeiro volume.  A imagem então, mostraria Jesus dentro de um profundo estado espiritual.
Em conversas com o Omar, me foi sugerido porém, que para essa capa deveria também haver muita, muita gente, pois  enfim é algo notório nesse segundo volume, o tempo todo no decorrer da história o leitor verá sem´pre multidões, muita gente, em várias situações e esse excesso, digamos assim, levaria a um contraponto com a figura de Jesus proposta.

Um primeiro estudo então da capa surgiu e à princípio demonstrava toda a questão que o título propunha, a sede insana das pessoas pela salvação enquanto o próprio Jesus
que então, propõe uma outra coisa, uma outra idéia, em um estado separado. De novo em conversa com o Omar, ele me atentou para um importante e significativo detalhe: "Sim, ele está de frente para o leitor, mas por que está de costas para as pessoas?".
Uma questão fundamental e que de modo algum poderia existir, pois isso não ocorre na hq e principalmente vai contra qualquer idéia que se tem à respeito da figura de Jesus, não importa em que religião, crença ou o que for.
De volta para prancheta e para os estudos e em muitas noites sentado no sofá em frente à tv com vários papeis rabiscando, rabiscando muitas idéias soltas e foram muitas, acreditem e é claro, a maioria, uma boa maioria foi jogada fora.

De todos os estudos feitos enfim, cheguei a duas idéias o qual mostro acima: a primeira inicialmente me pareceu graficamente bonita para capa e seguia de certa forma, a idéia do primeiro esboço, inclusive mostraria mais alguns personagens importantes nessa segunda parte como Pedro e a própria Maria Madalena. O título do álbum também havia sido mudado, embora mantendo a mesma idéia: "O círculo interno o círculo externo" melhor simbolizava a idéia, inclusive com a questão do círculo e todo o seu símbolismo. Porém, uma questão um pouco similar ao primeiro estudo também veio: "Por que agora ele está de costas para o leitor se o mesmo já conheceu seu rosto na primeira parte?", além, claro,  era fundamental que houvesse um contato direto nessa capa do leitor com uma expressão mais forte do protagonista.
A segunda imagem acima mostra um outro estudo  feito à partir do primeiro desenho, o inicial, que mostra Jesus numa postura meditativa e agreguei a idéia do primeiro esboço de capa com as pessoas em volta dele. Embora essa idéia também tenha me agradado julgando que resultaria num belo resultado gráfico depois de pronta, um problema muito sério estava nesse esboço e que novamente bateria contra o conceito do meu Jesus nesse quadrinho (e mesmo dentro das religiões), sua postura embora meditativa e num pleno estado, mostrava-o apático às pessoas a sua volta. Definitivamente não.

Resolvi então dar um tempo nessa procura. Relaxar, mandar o raciocínio para outro canto ou melhor, me preocupar com partes mais imediatas da produção do álbum. Depois de algum tempo, refiz algumas idéias como por exemplo a de ter muita gente na capa e focar apenas na figura de Jesus e na sua postura dentro do significado do título e mesmo da sequencia inicial do álbum em que mostra sua "provação" no deserto: a capa mostraria então um Jesus de olha seguro, firme, certo do que ele é. Olhando diretamente para o leitor, sentado numa posição meditativa, dentro de um círculo, o seu, o interno, porém com o sutil e importante detalhe de estar com a mão direita fora desse círculo pegando um pouco da terra. Idéia pronta. Mais que aprovada.

O próximo passo agora cabe ao Omar, fechar na cor e isso, claro, vou deixar para que vejam com o álbum lançado.
    

14 de abril de 2010

PRA GENTE GRANDE VER 2

Depois de um tremendo tempo sem postar nada, estou de volta. Tempo curto, nem preciso explicar pois isso é comum à todos.

Aqui mais alguns antigos desenhos feitos para revistas masculinas, melhor dizendo para revista "G Magazine" que ilustrei durante um bom tempo.

O primeiro é um estudo para um texto falando sobre possibilidades de fantasias sexuais para casais gays e a segunda, já uma arte pronta, na aquarela, sobre os "machos" que moram sozinhos

Essa ilustra já arte-finalizada posteriormente ganhou cores do photoshop também foi feita para mesma matéria sobre "os machos" que moram sozinhos.



Como disse, ilustrei durante um bom tempo a revista "G Magazine" e um detalhe que sempre foi curioso é que muitas vezes não conseguia o exemplar da editora com meu material para meus arquivos , resultado, lá ia eu nas bancas comprar a edição. Para não "pagar um mico" (olha eu!), geralmente ia numa banca bem, mas bem distante do bairro que moro.
Uma ocasião, estava atrás de uma edição em que tinha o ícone "macho" dos anos 70, David Cardoso na capa, onde eu havia feito uma série de ilustras sobre mães de gays e que gostara muito do resultado.
Chegando na capa, lá fui eu, discretamente perguntando ao jornaleiro: "O senhor tem a G Magazine desse mês? É a que tem o David Cardoso na capa."
No mesmo instante o atencioso jornaleiro informou-me que não tinha mais essa edição, mas começou a me mostrar umas três, quatro outras revistas gays. Enfim, tive que informar ao jornaleiro: "Não, não, eu quero a do David Cardoso mesmo." E fui embora.


Provavelmente o jornaleiro deve ter me achado completamente apaixonado pelos músculos do coroa David Cardoso.