9 de setembro de 2020

ENTÃO FICAMOS ASSIM...

              Desde minha última postagem aqui neste blog em novembro de 2019, muita coisa mudou, em um tamanho imensurável acredito e ao mesmo tempo, apenas uma única causa, nada de demasiados fatos, situações locais e no resto do mundo. Uma única coisa, avassaladora, sem pesos, derrubando quem se misturasse por engano com ela, os desprevenidos, os despreocupados, os que não dão crédito - uma pandemia. Nos meus tantos anos de existência terrena jamais pensei viver algo desse tipo . Algo realmente assustador e que tem levado milhões de pessoas no mundo todo a perder a perspectiva senão a vida. Que coisa doida, perder a perspectiva!

            Esse palavreado trazido agora traz a sensação de um pensar escrito, digamos assim, um pouco tardio, pois na data de hoje, setembro de 2020, vamos para seis meses de reclusão em nossas casas no cuidado da prevenção dessa doença, ou pelo menos, em se tratando de Brasil, quem realmente está se importando com isso, pois é notório em tantos exemplos vistos em internet e televisão, o quão ansiosos por voltar ao bel prazer o brasileiro estava,  vem desrespeitando as regras básicas de cuidados solicitadas pela Organização Mundial de Saúde. Além da doença, nós como alguns outros países que vem avançando para uma realidade atroz, como Estados Unidos e talvez como a velha mania de querer ser o melhor do mundo, ganhamos alguns bons pontos para baixo pelo fato de termos dado uma virada consciencial. Essa queda veio com a eleição de um governo que trouxe de volta (ou será que na verdade  nunca foi embora??) todo um sentimento , um desejo, a atitude autoritária, retrógrada, escravagista em todos os sentidos e que foi abraçada por uma grande parte da população brasileira. Confesso que isso me assusta um tanto a mais, muito mais do que pensar na pandemia. É difícil acreditar numa cura consciencial sendo implantada em larga escala no país, vindo de cima para baixo, dos mais velhos e o pior, para os mais moços. Ou seja, mudando um modo de ser de uma boa parte da população. O jogo é levado como questão política e é, porém esse mesmo jogo toma proporções muito maiores e perigosíssimas com resultados a longo prazo que irá semear um malefício que aparentemente irá perdurar, pois teve alterações no modo de enxergar a realidade, o sentido humano das coisas. O pandemia terá sua cura em algum momento. Haverá a vacina. E para isso?

              Se você discorda disso que eu escrevo, sinto muito, sinto mesmo. Não disputo verdades, quem está certo ou errado, mas lamento muito que quando pensávamos caminhar para uma evolução, um estágio a mais, um degrau subido, tenhamos despencados para baixo. Eu, nós, todos, os que discordam e concordam. Todos fomos para baixo. A noção de entendimento, julgamento, discernimento foi perdida.       Confesso que eu mesmo perdi...

           Tornou-se difícil raciocinar sobre tanta coisa vista... julgava eu que certas coisas não vivenciaria mais... que não teria que me preocupar com o futuro de meu filho dentro de alguns pontos, que como disse, julgava não existir. Além de buscar um futuro melhor, a luta agora é para que ele seja uma continuação, não minha, mas do ideal de ser humano que ainda busco.

             Enfim, aqui no Brasil a perspectiva aparentemente sumiu do horizonte, nessa paisagem desenhada, já que esse meu canto é muito sobre a arte que comungo, não existe o ponto de funga, então a perspectiva não existe, é tudo solto e fora de ângulos e planos...

             Mas esse canto-texto que experimento aqui para mais uma vez voltar a desfrutar  esse meu velho e gostoso espaço, torço para não deixar um gosto amargo em vocês e até mesmo em mim, é só um ... desabafo... pois não é da minha natureza desistir. Será que com tudo isso acontecendo não é o momento de termos a real experiência de fé na vida e na esperança? Pode parecer um papo de autoajuda, aliás, esse é um termo antigo, hoje termo o coach, porém, mais que modernidades de estilos e opiniões, quero estar mais que nunca vivo para o que sempre busquei.

                Crer ainda que tarde.