Desde minha última
postagem aqui neste blog em novembro de 2019, muita coisa mudou, em um tamanho
imensurável acredito e ao mesmo tempo, apenas uma única causa, nada de
demasiados fatos, situações locais e no resto do mundo. Uma única coisa,
avassaladora, sem pesos, derrubando quem se misturasse por engano com ela, os desprevenidos, os despreocupados, os que não dão crédito - uma pandemia. Nos meus tantos anos de
existência terrena jamais pensei viver algo desse tipo . Algo realmente
assustador e que tem levado milhões de pessoas no mundo todo a perder a
perspectiva senão a vida. Que coisa doida, perder a perspectiva!
Esse palavreado trazido agora traz a sensação de um pensar escrito, digamos assim, um pouco
tardio, pois na data de hoje, setembro de 2020, vamos para seis meses de
reclusão em nossas casas no cuidado da prevenção dessa doença, ou pelo menos, em se tratando
de Brasil, quem realmente está se importando com isso, pois é notório em tantos
exemplos vistos em internet e televisão, o quão ansiosos por voltar ao bel
prazer o brasileiro estava, vem desrespeitando as regras básicas de cuidados
solicitadas pela Organização Mundial de Saúde. Além da doença, nós como alguns outros países que vem avançando para uma realidade atroz, como Estados Unidos e talvez como a velha mania de querer ser o melhor do mundo, ganhamos
alguns bons pontos para baixo pelo fato de termos dado uma virada consciencial.
Essa queda veio com a eleição de um governo que trouxe de volta (ou será que na
verdade nunca foi embora??) todo um
sentimento , um desejo, a atitude autoritária, retrógrada, escravagista em todos
os sentidos e que foi abraçada por uma grande parte da população brasileira.
Confesso que isso me assusta um tanto a mais, muito mais do que pensar na
pandemia. É difícil acreditar numa cura consciencial sendo implantada em larga
escala no país, vindo de cima para baixo, dos mais velhos e o pior, para os
mais moços. Ou seja, mudando um modo de ser de uma boa parte da população. O
jogo é levado como questão política e é, porém esse mesmo jogo toma proporções
muito maiores e perigosíssimas com resultados a longo prazo que irá semear um
malefício que aparentemente irá perdurar, pois teve alterações no modo de enxergar a realidade, o
sentido humano das coisas. O pandemia terá sua cura em algum momento. Haverá a
vacina. E para isso?
Se você discorda
disso que eu escrevo, sinto muito, sinto mesmo. Não disputo verdades, quem está
certo ou errado, mas lamento muito que quando pensávamos caminhar para uma
evolução, um estágio a mais, um degrau subido, tenhamos despencados para baixo.
Eu, nós, todos, os que discordam e concordam. Todos fomos para baixo. A noção
de entendimento, julgamento, discernimento foi perdida. Confesso que eu mesmo perdi...
Tornou-se difícil raciocinar sobre
tanta coisa vista... julgava eu que certas coisas não vivenciaria mais... que
não teria que me preocupar com o futuro de meu filho dentro de alguns pontos,
que como disse, julgava não existir. Além de buscar um futuro melhor, a luta agora é para que ele seja uma continuação, não minha, mas do
ideal de ser humano que ainda busco.
Enfim, aqui no Brasil
a perspectiva aparentemente sumiu do horizonte, nessa paisagem desenhada, já
que esse meu canto é muito sobre a arte que comungo, não existe o ponto de
funga, então a perspectiva não existe, é tudo solto e fora de ângulos e
planos...
Mas esse canto-texto
que experimento aqui para mais uma vez voltar a desfrutar esse meu velho e gostoso espaço, torço para
não deixar um gosto amargo em vocês e até mesmo em mim, é só um ... desabafo...
pois não é da minha natureza desistir. Será que com tudo isso acontecendo não é
o momento de termos a real experiência de fé na vida e na esperança? Pode
parecer um papo de autoajuda, aliás, esse é um termo antigo, hoje termo o coach,
porém, mais que modernidades de estilos e opiniões, quero estar mais que nunca
vivo para o que sempre busquei.
Crer ainda que
tarde.