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A jovem vampira que faz seus selfie com suas vítimas |
Nos próximos
dias 14 e 15 de abril, acontece aqui em São Paulo, o Festival Guia dos
Quadrinhos, tradicional evento da área e que de certa forma abre para os outros
eventos que irão acontecer no decorrer do ano como o Festival Internacional de
Quadrinhos – FIQ e Bienal Internacional de Quadrinhos. E durante o evento,
entre alguns lançamentos que com certeza acontecerão, um em especial trago para
vocês que são as novas edições de Calafrio e Mestres do Terror, clássicas
publicações criadas ainda nos anos oitenta pelo mestre Rodolfo Zalla e que após
sua morte vem tendo sua continuidade garantida pelas mãos de Daniel Saks e sua
editora Ink & Blood Comics. Desde a
edição sessenta e sete, venho colaborando diretamente na revista com a
personagem Anya, a filha de Drácula.
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Capa da nova edição |
A proposta para conceber uma série para a
revista Mestres do Terror (que justamente trabalha com personagens seriados ao
contrário da Calafrio, que são histórias de terror avulsas) veio justamente
durante uma conversa minha com o editor, acontecida na edição do ano passado,
2017, do referido Festival Guia dos Quadrinhos. Durante a conversa, Daniel
Saks comentou sobre alguns pontos de distribuição das revistas que eram
postos de gasolina na região de Curitiba, local onde fica a editora e que
nestes postos, um potencial público leitor vinha de caminhoneiros e viajantes.
Essa premissa me atraiu de imediato pois está situado aí o básico, o
primordial da publicação de Histórias em Quadrinhos, o público “comum”, o
leitor interessado em simplesmente ler uma boa história, seja ela de qual
gênero for. Nada de coisas mais aprofundadas ou estéticas a serem entendidas
ou analisadas, apenas uma boa leitura que irá te entreter naquele momento em
que se está saboreando a leitura. Essa estatística comentada me atiçou
completamente e levou-me a propor para o editor a criação de uma série com um
terror clássico, assim como foram as revistas de terror que tanto fizeram
sucesso no país nos anos sessenta e setenta e era a premissa das publicações em
questão. Essa série veio então na ideia de algo já um tanto desgastado no
gênero terror, mas que justamente por isso valia uma nova olhada para uma
repaginada: uma filha de Drácula. Exatamente isso. O Clássico conde de tantas
hq’s, filmes, livros e mais o que for possível, ao longo de sua existência
gerou um bom número de filhas, tanto no cinema, como nos quadrinhos, como na
literatura ( Naiara, Nadia, Condessa Marya Zaleska, entre tantas...), todas
carregadas com uma aura de mistério e muita sensualidade, a ideia então era
trazer para algo mais palatável, uma filha meio que desconhecida pelo próprio
vampirão, sim, já que havia feito tantas pelo mundo em diferentes épocas, que
esta uma a mais havia lhe passado desapercebido e é justamente essa que irá lhe
trazer dor de cabeça, pois trata-se de uma jovem, aparentando seus
dezoito/vinte anos e que traz em si uma rebeldia natural à juventude e uma
postura do tipo “foda-se/tô cagando pra tudo”. Essa premissa por si já valeria para
dar, acredito, um novo tempero a esse tipo de personagem.
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Delegado Janus e Fred,
dois antigos personagens rivalizando com Anya |
As minhas mulheres
sensuais sempre foram uma característica forte em meus quadrinhos, neste caso
aqui, procurei obviamente seguir essa qualidade, mas dando um tempero
diferente, já que a personagem tinha uma atitude fora dos padrões, sua beleza
não seria o que evidenciaria e sim essa sua característica rebelde, inclusive
através de um visual mais despojado, tatuagens e outros adereços. Dentro do
universo de histórias da personagem, soma-se o delegado Janus ( antigo personagem
meu, que já apareceu na minissérie Depois da Meia-noite e na antiga série
oitentista/noventista da personagem Meia-Lua, logo farei uma postagem
comentando só dele, prometo) que investiga a série de assassinatos cometidos
pela vampira, auxiliado por um velho detetive aposentado, Fred. Aqui, vale um
detalhe: Fred foi criado nos anos sessenta pelo magnífico Nico Rosso para as
hq’s seriadas do Drácula, o qual produziu uma infinidade e justamente tinha o
detetive Fred como seu antagonista, que vivia a caça-lo por todos o canto.
Nesta série da vampira Anya, quis fazer minha homenagem a esse fabuloso artista
que muito me influenciou e ainda hoje reverencio, trazendo esse personagem de
volta, mas nesta série, ele obviamente não é mais um jovem audaz como nas clássica
hq’s de Drácula, e sim, um velho, porém incansável perseguidor do vampirão e
sua prole.
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O roteirista Lillo Parra |
Para essa empreitada, chamei Lillo Parra, grande roteirista, criador
de um dos mais belos quadrinhos publicados nos últimos tempos, La Dansarina,
feito em parceria com o artista Jefferson Costa, para criar comigo as
histórias. O resultado foi que verdade, além das histórias da Anya, acabamos
gerando (e ainda estamos) um universo todo interligado de clássicos personagens
do terror B, como uma múmia e um monstro feito de lixo acumulado do nosso Rio
Tietê, O Monstro do Tietê, que tiveram as artes de Will e Chris Ciuffi. As
séries, encabeçadas pela Anya, a filha de Drácula, estão sendo feitas e ainda se
encontram no começo, há muita coisa pela frente ainda e parece que os leitores
estão gostando do que vem sendo apresentado.
Como disse, a ideia toda é
diversão, entretenimento. De minha parte, talvez mais divertir do que assustar
e isso por si só já vale muito, além de acrescentar mais uma filha ( meio
badass, mas tudo bem) pra essa minha prole de mulheres desenhadas.
Para saber mais sobre o Festival Guia dos Quadrinhos é conferir aqui
e para adquirir as revistas Mestres do Terror e Calafrio, é entrar em contato com o editor
através da página no Facebook
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