26 de novembro de 2019

YESHUAH PASSADO DEZ ANOS...

Capa de Assim em cima assim embaixo

            No próximo dia 04 de dezembro oficialmente comemora-se (eu aqui pelo menos) dez anos do lançamento de Yeshuah – assim em cima assim embaixo. Oficialmente porque foi nesta data que ocorreu a noite de autógrafos na saudosa livraria HQ Mix, localizada na Praça Roosevelt, centro de São Paulo, então de propriedade dos queridos Gualberto Costa e Daniela Baptista. Uma grande noite, com muita gente presente, muitos amigos, enfim, muita alegria. Vale dizer que como este meu blog já é bem velhinho, se derem uma boa procurada poderão ler sobre o lançamento na época aqui .
Edição que hoje se tornou a "oficial" da história
            A trilogia de álbuns Yeshuah, lançados em 2009,2010 e 2014 pela Editora Devir é ainda comentada e provavelmente é meu trabalho de maior envergadura e de respeito por parte dos críticos e formadores de opinião. Posteriormente em 2016, a Devir compilou os três volumes numa edição luxuosa Yeshuah absoluto e que atualmente suplantou as três edições iniciais em vendas e popularidade, tornando-se praticamente esta a edição “oficial”, inclusive de fácil acesso ainda hoje tanto nas livrarias, comic shops, como na internet. Curioso pensar nisso, pois inicialmente a ideia era justamente que a hq fosse lançada num fôlego só, ou seja, em uma única edição, porém, no período que comecei a correr atrás de editoras interessadas a viabilização em volumes separados era o mais viável, falo isso pela época, meados dos anos dois mil, e coube a Devir topar essa parada e por sinal, dando um tremendo crédito à obra e seu autor, graças aos saudosos Mauro dos Prazeres e Douglas Reis, sócios da editora e um pouco mais à frente, Rui Santos editor da filial portuguesa e responsável pela ideia da compilação.
            Yeshuah, foi um processo arrojado, ambicioso do qual tomou treze anos de minha vida escrevendo e desenhando, da mesma forma para o arte-finalista Omar Viñole, parceiro ímpar que encarou com vontade e tesão esse projeto. Um “caminho de Santiago”, pelo menos para mim, realizar esse trabalho.
             Muito já falei sobre o processo de criação desta história em quadrinhos em diferentes mídias e em diversas oportunidades. Passado esses dez anos do lançamento do primeiro álbum da então trilogia e, onde ainda muito teria que se produzir pela frente, pois a hq foi escrita conforme foi sendo produzida, principalmente à partir do segundo livro para o terceiro, escrevendo nesse exato momento este texto confesso a vocês que há um curioso sentimento de minha relação para com essa obra e tanto, acreditem, tanto sentimento vivido. A experiência com certeza foi tremenda e se me permitem, dispenso maiores análises pois foi transformadora, não só por trabalhar com um assunto polêmico e de diversas reações por todas as partes, as que creem demasiadamente e as que não creem radicalmente, mas por me permitir lidar com uma vastidão de emoções como pessoa e artista. Transformou. Gritou muito e hoje, se aquietou tranquilamente, como deve ser. Esse texto foi escrito apenas para olhar essa trajetória de criação e de vida desta hq e cabe agora a vocês que já leram, que possuem a obra, a trilogia ou a edição única, ou os que ainda irão ler, serem donos de suas experiências, se assim permitirem e se assim acontecer, não por ser Jesus, pelo sagrado no humano, mas por que a intenção foi falar pra todos nós, humanos sagrados.

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