Capa de Assim em cima assim embaixo |
No próximo dia 04 de dezembro oficialmente
comemora-se (eu aqui pelo menos) dez anos do lançamento de Yeshuah – assim em
cima assim embaixo. Oficialmente porque foi nesta data que ocorreu a noite de
autógrafos na saudosa livraria HQ Mix, localizada na Praça Roosevelt, centro de
São Paulo, então de propriedade dos queridos Gualberto Costa e Daniela
Baptista. Uma grande noite, com muita gente presente, muitos amigos, enfim,
muita alegria. Vale dizer que como este meu blog já é bem velhinho, se derem
uma boa procurada poderão ler sobre o lançamento na época aqui .
Edição que hoje se tornou a "oficial" da história |
A
trilogia de álbuns Yeshuah, lançados em 2009,2010 e 2014 pela Editora Devir é
ainda comentada e provavelmente é meu trabalho de maior envergadura e de respeito
por parte dos críticos e formadores de opinião. Posteriormente em 2016, a Devir
compilou os três volumes numa edição luxuosa Yeshuah absoluto e que
atualmente suplantou as três edições iniciais em vendas e popularidade,
tornando-se praticamente esta a edição “oficial”, inclusive de fácil acesso ainda
hoje tanto nas livrarias, comic shops, como na internet. Curioso pensar nisso,
pois inicialmente a ideia era justamente que a hq fosse lançada num fôlego só,
ou seja, em uma única edição, porém, no período que comecei a correr atrás de
editoras interessadas a viabilização em volumes separados era o mais viável,
falo isso pela época, meados dos anos dois mil, e coube a Devir topar essa
parada e por sinal, dando um tremendo crédito à obra e seu autor, graças aos
saudosos Mauro dos Prazeres e Douglas Reis, sócios da editora e um pouco mais à
frente, Rui Santos editor da filial portuguesa e responsável pela ideia da
compilação.
Yeshuah,
foi um processo arrojado, ambicioso do qual tomou treze anos de minha vida
escrevendo e desenhando, da mesma forma para o arte-finalista Omar Viñole,
parceiro ímpar que encarou com vontade e tesão esse projeto. Um “caminho de
Santiago”, pelo menos para mim, realizar esse trabalho.
Muito já falei sobre o processo de criação desta história em quadrinhos
em diferentes mídias e em diversas oportunidades. Passado esses dez anos do
lançamento do primeiro álbum da então trilogia e, onde ainda muito teria que se
produzir pela frente, pois a hq foi escrita conforme foi sendo produzida,
principalmente à partir do segundo livro para o terceiro, escrevendo nesse
exato momento este texto confesso a vocês que há um curioso sentimento de minha
relação para com essa obra e tanto, acreditem, tanto sentimento vivido. A
experiência com certeza foi tremenda e se me permitem, dispenso maiores análises
pois foi transformadora, não só por trabalhar com um assunto polêmico e de
diversas reações por todas as partes, as que creem demasiadamente e as que não
creem radicalmente, mas por me permitir lidar com uma vastidão de emoções como
pessoa e artista. Transformou. Gritou muito e hoje, se aquietou tranquilamente,
como deve ser. Esse texto foi escrito apenas para olhar essa trajetória de
criação e de vida desta hq e cabe agora a vocês que já leram, que possuem a obra,
a trilogia ou a edição única, ou os que ainda irão ler, serem donos de suas
experiências, se assim permitirem e se assim acontecer, não por ser Jesus, pelo
sagrado no humano, mas por que a intenção foi falar pra todos nós, humanos
sagrados.
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