19 de fevereiro de 2018

O QUE ESPERAR DESTA NOVA TIANINHA?


           
Sequência inicial da nova hq da Tianinha
Na postagem anterior do blog, comentei com vocês sobre este remake da personagem Tianinha, esta repaginada, este reboot, como é costumeiro dizer nos meios quadrinísticos. Na realidade, julguei ser em um primeiro momento algo um pouco difícil de assimilar por parte dos leitores mais antigos, conhecedores e seguidores das antigas hq’s da personagem. Afinal de contas,foram nove anos de publicação mensal, dentro de uma linha pré-estabelecida pela editora, no caso a Rickdan, na época,  suas hq’s seriam de cunho erótico, com situações burlescas, cômicas, paródicas, enfim todas envolvendo sexo. Mesmo a Tianinha tendo uma postura dona de si, era inegável que dentro de seu universo de histórias, vivia e respirava sexo. E assim foi durante toda sua primeira série. Tudo ok. Foi como tinha que ser. Frase de efeito, porém, carregada de verdade. Mas, ao contrário do que julgava, como vinha dizendo, os leitores já conhecedores da Tianinha entenderam perfeitamente a proposta desta nova versão e abraçaram a causa muitíssimo bem. Maravilha.
Nesta versão 2017, a coisa muda completamente. Quase completamente. Primeiramente pelo meu lado de criador e mesmo de profissional do desenho, onde seria quase que impossível voltar a trabalhar com aquele tipo de histórias e cenas desenhadas. Não por uma questão de moralismo, ou qualquer coisa semelhante, mas pela minha postura diante do meu trabalho e das coisas ter mudado muito. Amadurecimento, pode ser o nome a se dar, porém não me preocupo muito com isto. Óbvio que ainda nutria um imenso carinho por essa personagem, que disparado é a minha criação, meu personagem mais popular. Como disse na postagem anterior, a intenção primeira era trazer a personagem para este novo (já não tanto) jeito de fazer quadrinhos, ou seja, o cara que escreveu e desenhou coisas como a trilogia Yeshuah, “Cadernos de Viagem”, “Histórias do Clube da Esquina”, entre tantas outras coisas, poderia também fazer novas hq’s da Tianinha e faze-la presente dentro deste time de obras.
            Foi dentro deste conceito que foi feito o primeiro número recentemente lançado. Há uma incrível sensação de infinitas possibilidades, de temas, tramas, coisas a se discutir, nas hq’s desta série. Lógico, ela continua uma garota gostosa, sensual e adepta do bom sexo, com quem ela quiser. Mas há outras coisas importantes a se contar em histórias e claro, antes de tudo, entreter.
Tianinha: versão 2017 com doses da versão antiga
           Vale por fim comentar com vocês que, há um curioso raciocínio sobre a Tianinha, que se adequa muitíssimo bem a todo esse momento em que as mulheres cada vez mais vem mostrando definitivamente sua igualdade e em alguns casos, a superioridade em relação a nós homens. Já chegaram a comentar que a Tianinha, a personagem, não poderia estar desse jeito que agora estou trazendo em 2017, que tinha que continuar a ser como foi no passado… ou seja fadada a ser aquilo ao qual foi “criada”. Pois bem: a questão do “tem que”, uma imposição de algo, d’uma postura, mesmo para uma personagem que à princípio pareça já definida, coisa que ela não é, me lembra muito a postura de alguns muitos machos pensam em perpetuar sobre as mulheres e seu local no mundo. Nada disso. Absolutamente não. Como mulher de papel, eu como criador, livre, podemos, eu e ela, caminharmos pelos destinos que nós iremos escolher. Não é isso?

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