Algumas outras formas de arte às vezes são uma constante na vida e no dia a dia, além é claro, daquela que é nossa já, que é nosso ofício. No meu caso, em especial, casado com uma atriz há 17 anos (isso mesmo!) já estou mais que acostumado a falar sobre teatro, ter amigos do meio e respirar essa forma, às vezes mais do que o desenho e quadrinhos. Aliás, foi por causa do teatro que conheci minha esposa: primeiro como fã, depois amigo e por aí foi...
Por vezes, vou lá dar uma passeada mais afundo e acabo colaborando com a “minha arte” para essa outra, que como disse, enfim, uma parceira cotidiana. Já produzi muito desenho de figurino para alguns espetáculos e isso é algo que gosto muito: ver aqueles rabiscos saírem do papel e virarem roupas e adereços de verdade. Assim como alguns cartazes.
Aqui, trago para vocês um trabalho mais ou menos recente, feito no ano passado para um espetáculo teatral produzido e atuado pela minha esposa, Romana Vasconcellos. Trata-se de uma comédia que satiriza justamente o meio teatral. Escrita pelo também ator e amigo de anos, Néviton de Freitas. Tive oportunidade de acompanhar todo o processo de gestação desse texto: criação dos personagens e trilha sonora. Obviamente que, mais que gostar como disse, o fato de ser casado com uma atriz e especificamente falando dessa comédia, produtora e atriz principal, não tinha jeito, minha participação como disse, chegou a ser mais que um mero espectador de sua evolução criativa, chegando a batizá-la: “Ninguém tem medo de Dora Izadora”. Como a peça conta as desventuras de uma atriz canastrona e decadente que tem um ego altíssimo, lembrei-me imediatamente do nome de um espetáculo teatral e que foi um filme de muito sucesso nos anos 60 com Elizabeth Taylor, “Quem tem medo de Virgínia Woolf” a idéia minha proposta foi brincar com esse título indo para sua intenção de maneira contrária.
Para fechar propus uma arte para o cartaz que remetesse a algo meio folhetinesco, meio capa de pulp-fiction e mais uma vez busquei a idéia em clássicos do cinema: Sunset Boulevard ou Crepúsculo dos Deuses na versão brasileira. Clássico absoluto de 1950 do grande diretor Billy Wilder e protagonizado pela emblemática Glória Swanson (se nunca viu esse filme, assista-o, é obrigatório). O filme que conta sobre uma atriz Hollywoodiana decadente e louca tem uma maravilhosa seqüência final que serviu de inspiração para o cartaz. Daí foi só produzir algumas fotos de minha esposa já como a protagonista Dora Izadora, encarnando a cena final de Sunset Boulevard para usar como referência.
Omar, parceiro de sempre, arrematou todo esse trabalho com a maestria de suas cores. E claro, vale dizer, a peça atualmente viaja pelo interior e alguns outros estados e logo aporta em temporada aqui em São Paulo.
Um comentário:
Ah meus queridos, vocês simplesmente arrasaram...que cartaz maravilhoso da personagem da Romana linda! A inspiração nos filmes clássicos foi sensacional...amei! Ribeirão está entre as cidades para apresentação da peça? Eu adoraria ter o privilégio de assistí-la...beijo
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